(Fonte: Site Saúde Abril)
MICROONDAS no calor dos boatos
Ele aquece com rapidez, é prático e até uma criança pode usá-lo. Mas será que ele é seguro?
Ele aquece com rapidez, é prático e até uma criança pode usá-lo. Mas será que ele é seguro?
por Cida de Oliveira | Design Giovanni Tinti | Fotos
Dercílio
Você já deve ter recebido pelo menos um e-mail alertando
sobre os supostos perigos do microondas. Será que são lendas
urbanas entre tantas que alimentam a rede? Ou as histórias difundidas
virtualmente teriam um fundo de verdade? As últimas notícias atribuem ao micro
o poder de desmagnetizar os tecidos cerebrais a ponto de — pasme — reduzir a
inteligência!
Outros boatos: os alimentos preparados ali não seriam bem
metabolizados pelo organismo. A produção de hormônios ficaria comprometida. Nutrientes iriam para o
espaço ou — pior — se transformariam em radicais livres, aumentando o risco de
um câncer. Substâncias desconhecidas e potencialmente nocivas se acumulariam no
corpo. E o sistema imunológico ficaria seriamente abalado, incapaz de reagir
diante do mais inofensivo dos microorganismos.
Tanto diz-que-diz acaba deixando muita gente com a pulga
atrás da orelha. Afinal, o aparelho é relativamente novo, ainda mais no Brasil.
Parece que existe há séculos na nossa cozinha, mas só chegou por aqui na década
de 1980, quase 40 anos depois de as ondas eletromagnéticas passarem a ser
utilizadas para fins culinários nos Estados Unidos. E tudo o que cheira a
novidade suscita dúvidas. Acrescente-se a isso outra história, esta nada
fantasiosa: a ação das microondas sobre os alimentos ainda é
pouquíssimo conhecida. "Faltam pesquisas para provar se esse forno é
nocivo", defende Luiz Carlos de Oliveira, com a autoridade de professor de
ciência e tecnologia de alimentos da Universidade Federal de
Lavras, em Minas Gerais.
Mas... e agora a coisa pega: "Também não existem dados
assegurando que ele seja inofensivo", ressalva, um
tanto reticente. Quem também palpita nessa controvérsia é Pedro Germano,
professor de vigilância sanitária de alimentos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de São Paulo. Ele diz com todas as letras: "Nunca se provou que a
vibração nas moléculas dos alimentos pela ação das microondas traga danos à
saúde". É assim e ponto?
Produção Ina Ramos e Andrea Silva / Suxxar | Infográfico
Rúbens Paiva e Giovanni Tinti
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