sábado, 5 de outubro de 2013

Microondas: verdades e mentiras

(Fonte: Site Saúde Abril)

MICROONDAS no calor dos boatos
Ele aquece com rapidez, é prático e até uma criança pode usá-lo. Mas será que ele é seguro?

por Cida de Oliveira | Design Giovanni Tinti | Fotos Dercílio


Você já deve ter recebido pelo menos um e-mail alertando sobre os supostos perigos do microondas. Será que são lendas urbanas entre tantas que alimentam a rede? Ou as histórias difundidas virtualmente teriam um fundo de verdade? As últimas notícias atribuem ao micro o poder de desmagnetizar os tecidos cerebrais a ponto de — pasme — reduzir a inteligência!
Outros boatos: os alimentos preparados ali não seriam bem metabolizados pelo organismo. A produção de hormônios ficaria comprometida. Nutrientes iriam para o espaço ou — pior — se transformariam em radicais livres, aumentando o risco de um câncer. Substâncias desconhecidas e potencialmente nocivas se acumulariam no corpo. E o sistema imunológico ficaria seriamente abalado, incapaz de reagir diante do mais inofensivo dos microorganismos.
Tanto diz-que-diz acaba deixando muita gente com a pulga atrás da orelha. Afinal, o aparelho é relativamente novo, ainda mais no Brasil. Parece que existe há séculos na nossa cozinha, mas só chegou por aqui na década de 1980, quase 40 anos depois de as ondas eletromagnéticas passarem a ser utilizadas para fins culinários nos Estados Unidos. E tudo o que cheira a novidade suscita dúvidas. Acrescente-se a isso outra história, esta nada fantasiosa: a ação das microondas sobre os alimentos ainda é pouquíssimo conhecida. "Faltam pesquisas para provar se esse forno é nocivo", defende Luiz Carlos de Oliveira, com a autoridade de professor de ciência e tecnologia de alimentos da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais.
Mas... e agora a coisa pega: "Também não existem dados assegurando que ele seja inofensivo", ressalva, um tanto reticente. Quem também palpita nessa controvérsia é Pedro Germano, professor de vigilância sanitária de alimentos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Ele diz com todas as letras: "Nunca se provou que a vibração nas moléculas dos alimentos pela ação das microondas traga danos à saúde". É assim e ponto?

Produção Ina Ramos e Andrea Silva / Suxxar | Infográfico Rúbens Paiva e Giovanni Tinti

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